terça-feira, 21 de setembro de 2010

Uma opinião sobre Fontes de Energia e o Aquecimento Global

   A questão do chamado efeito estufa é muito complexa. Os estudos que levaram ao tratado de Kyoto demonstram isso. Desconheço alguém que leia jornais e não concorde com o perigo. Mesmo assim, países que contribuem com uma parcela significativa não assinaram o tratado. E porque não? Porque os estudos indicaram a necessidade de forte diminuição na emissão de gases, não somente o CO2. Para isso é necessário entre outras ações mudar a matriz energética americana que usa muito o carvão, altamente poluente. É certo que foi criado o sistema de compra de créditos de carbono, na qual países e empresas que necessitam diminuir "compram" por assim dizer o direito de emitir essa poluição de empresas que não atingiram níveis alarmantes ou investiram em tecnologias que não emitem ou substituem a emissão de tais poluentes.
Embora isso seja uma boa medida e tornou-se fonte de lucros para empresas em especial no Brasil que já possuía uma preocupação com o assunto (vide programa do álcool, biodiesel, usina de energia com matriz no lixo orgânico, PCH´s, micro-turbinas que usam queda de água naturais e não necessita de reservatório, etc), a verdade é que países altamente poluentes nada fazem porque compram o "direito" dos outros de "poluir". Além disso, enquanto os EUA não aderirem ao tratado, os esforços, até o momento, despendidos não resultarão em impacto no meio-ambiente.
O que fazer? O Brasil preocupa-se com posição no conselho de segurança e tem gastado esforços e dinheiro na abertura de embaixadas em países sem nenhum histórico de peso no comércio com a maioria dos países. Da mesma forma que os EUA colocam entraves para empresas participarem do comercio americano; por exemplo, empresas que negociarem com Cuba não podem atuar nos EUA, por exemplo; o Brasil poderia criar mecanismos de forma a exigir que empresas estrangeiras que atuam no país ou façam negócios no país, devem em seus países de origem colocar em práticas, políticas ambientais e de eficiência energética; caso contrário uma tributação especial seria cobrada no Brasil para compensar os danos. E antes que alguém começa a chiar dizendo que isso espantaria capital estrangeiro, sugiro que tais medidas deveriam ser tratadas através de blocos comerciais que o Brasil faz parte, como o MERCOSUL, BRIC entre outros.
É possível falar em conforto do modo devida moderno como automóveis, viagens de avião, computadores, freezer e TVs de plasma. Entretanto não enxergo tais coisas como privilégio dos mais abastados. Por exemplo, uma das exigências para o cargo de vendedor normalmente é possuir um veiculo; o preço cada vez menor de produtos como computadores e freezer tornaram tais equipamentos comuns até mesmo em residências humildes. Quanto aos aparelhos de tvs de plasma, bem na ultima copa do mundo, foram vendidas as centenas. Estamos, portanto falando da classe média e não da classe abastada.
Entendo até que quanto mais abastada for a pessoa, menor o consumo de energia. Existe laptop que não requer alimentação da bateria na rede elétrica, porque possui células solares. Além disso, quanto mais moderno e tecnológico o aparelho embora maior seja seu preço, menor será seu consumo de energia.
A questão da produção de energia é realmente complexa. O mercado do petróleo é extremamente poderoso. É tão poderoso que, por exemplo, foi a origem motivadora de guerras e os EUA embora vivam as turras com a Venezuela é ao mesmo tempo seu principal mercado. Não é preciso ir tão longe; bastando lembrar o recente entrave do Brasil e Bolívia sobre a questão do gás natural.
O problema das matrizes alternativas é que possuem características às vezes bastante específicas. Por exemplo, sabe-se que a energia nuclear é sem sombra de dúvidas a fonte mais limpa de energia que existe. Entretanto por mais limpa que seja, qualquer um é capaz de imaginar os efeitos de um defeito, de um terremoto, de um ataque nuclear a uma usina dessas. Aos leitores proponho pesquisa sobre Chernobyl.
A matriz através do hidrogênio já está em teste, porem o modelo consome mais energia que produz.
Quanto a matriz eólica é necessário vento constante e para isso é preciso escolher bem a área a ser implantadas as hélices. O custo de geração deste tipo de matriz é ainda bastante cara.
Quanto a matriz solar, caímos no custo dos equipamentos o que torna a individualização ainda proibitiva para a maioria da população e usinas solares quanto ao custo geram o mesmo efeito da eólica.
Quanto a matriz hidro, que é a mais abundante e barata em termos de produção, existem entraves da legislação ambiental, enorme burocracia e até mesmo politização de esquerda e ong´s que chegam a sofrer ataques do coração pela possibilidade de uma espécie de sapo deixar de existir, ou um tipo de bromélia paralisando obras de usinas. Enquanto isso ninguém fala da criação de mercado brasileiro para o gás boliviano que gera enorme impacto no meio ambiente e no efeito estufa.
É possível realmente criar condições e mercado para matrizes alternativas. O Programa PROINFA, por exemplo, dar subsídios para energia de PCH´s e outras alternativas. No mercado, entretanto isso até agora é visto como "para inglês ver", porque as exigências e entraves da lei ambiental e a burocracia levam os heróis que quiserem investir nesse tipo de negócio, numa viagem ao inferno como Dante; tendo que através pelo "fiofó do Satanás" para atingir o paraíso.
Entendo, no entanto que o efeito motivador está no marco regulatório. No governo anterior com um marco considerado avançado caminhando o mercado para ser completamente livre como é o mercado das telecomunicações; ocorreu o racionamento de energia, o chamado "apagão"; por falta de água devido a seca nas fontes dos rios que alimentavam as represas de energia e falta de investimentos no setor. Hoje no governo Lula, o marco regulatório foi mudado, mantendo-se o mercado cativo de distribuidoras e corremos o sério risco de novo racionamento, o chamado "apagão", por falta de gás, desta vez e falta de investimentos no setor, já que o governo não investiu.
Penso que se o mercado de energia fosse livre, com a população escolhendo a empresa geradora ou distribuidora que melhor lhe aprouvesse, as pessoas e empresas, além das próprias empresas de energia fariam tudo para possuir e usufruir tarifas baixas e isso passaria por matrizes energéticas limpas (cabendo aqui o subsidio para matrizes limpas), e aplicação de medidas de eficiência por parte do mercado consumidor que teria desejo de consumir pagando menos. Sei disso, porque eu e minha empresa vivemos disso!
Não podemos esquecer é claro que a produção em massa de equipamento para geração limpa como baterias solares, etc, poluem o ambiente também. E o petróleo tão demonizado enquanto fonte de energia poluidora, e a matéria-prima do plástico, que é a base da sociedade moderna, desde móveis até vejam vocês produtos de beleza, cosméticos e remédios. Logo o petróleo somente perderá importância quando alguém descobrir um substituto para o plástico.
É isso!
    

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