terça-feira, 21 de setembro de 2010

MATRIZ ENERGÉTICA BRASILEIRA

    AS PRINCIPAIS FONTES ENERGÉTICAS


Petróleo e derivados: Em face da política continuada de
investimento em exploração e produção de petróleo, estima-se que a
produção possa atingir 3 milhões de barris por dia em 2020. Do lado
da demanda, o consumo de petróleo deverá seguir trajetória de vigoroso
crescimento, acompanhando as condicionantes do cenário
macroeconômico.Mesmo assim,espera-se que até 2030 haja superávit
no balanço de produção e consumo de petróleo.

Já a produção de derivados de petróleo em 2030 é estimada em 3,7
milhões de barris por dia,com a conseqüente expansão da capacidade
de refino,necessária para atender à demanda doméstica.O balanço de
produção e consumo desses derivados deverá apresentar alterações
importantes em relação à situação atual. No caso do óleo diesel, a
expansão do refino, com perfis que privilegiam a produção de derivados
leves e médios,e o aumento da oferta de biodiesel tendem a tornar
o balanço superavitário.Destaque-se ainda a produção de diesel a partir
de óleos vegetais (H-Bio), o que também contribui para a redução
da demanda de óleo cru.

Em razão da disponibilidade do etanol e do aumento da frota de
automóveis bicombustíveis, a gasolina deverá manter o balanço superavitário
que apresenta atualmente,embora o crescimento do consumo
indique tendência de reversão desse quadro nos últimos anos do
período em projeção.No caso do GLP,item do qual o país é importador,
a expansão do refino poderá equilibrar o balanço produção/consumo
com pequenos superávits. Óleo diesel, gasolina e GLP devem aumentar
sua participação na matriz de consumo de derivados,ao contrário do
que ocorre com o óleo combustível e a nafta,sobretudo em decorrência
da substituição por gás natural na indústria em geral (óleo combustível)
e na química e petroquímica em particular (nafta).

Em 2030 os derivados de petróleo manteriam a posição de liderança
entre as fontes com uma participação de cerca de 30% da matriz
energética brasileira,mas cerca de nove pontos percentuais em relação
a 2005,acentuando-se assim a tendência verificada nos últimos anos.
O Gráfico 7 apresenta a estrutura do consumo de derivados de petróleo
em 2005 e a projetada para 2030.






Gás natural : A continuidade dos investimentos em exploração
e produção de gás natural permitirá elevar a produção para mais de
250 milhões de m3 por dia em 2030, com uma taxa de crescimento
média de 6,3% ao ano no período em projeção. Ainda assim, o aumento
da demanda a longo prazo sinaliza a necessidade de complementação
da oferta de gás natural com a importação de mais de 70 milhões
de m3/dia em 2030, o que significa ampliar em 40 milhões de
m3/dia a capacidade de importação atual (via gasoduto Bolívia–Brasil).

Quanto à importação de gás natural liquefeito (GNL), planejada
em 20 milhões de m3/dia até 2009, a necessidade de importação adicional
em 2030 seria de 20 milhões de m3/dia.

O setor industrial deverá permanecer como o principal consumidor
do gás natural, em processo continuado de substituição do óleo
combustível. Na geração de energia elétrica, a demanda de gás, atual-
mente de 76 milhões de m3/dia, poderá ser acrescida de 35 a 40
milhões de m3/dia, na hipótese de despacho continuado das termelétricas
em carga máxima. Desse modo, o volume de importação acima
indicado poderá ser maior. Poder-se-ia adotar a estratégia de tratar a
disponibilidade de GNL como um “pulmão” desse mercado (eventuais
excedentes poderiam ser exportados) e,de modo complementar,
proceder a uma importação adicional (em relação a 2005) de pelo
menos 50 milhões de m3/dia, por gasodutos.

Sob essas condições,o gás natural ganhará participação expressiva
na matriz energética brasileira, passando de pouco mais de 9% em
2005 para mais de 15% em 2030. O Gráfico 8 ilustra a estrutura do
consumo de gás verificada em 2005 e a projetada para 2030.


Cana-de-açúcar : Em um cenário macroeconômico de aproveitamento
das potencialidades nacionais em meio a um ambiente
externo favorável,a competitividade da cana-de-açúcar para fins energéticos
é o principal fator da expressiva expansão da produção de etanol,
inclusive com excedentes exportáveis. Nesse contexto, pode-se
prever um aumento da produção dos demais derivados da cana-deaçúcar,
em especial a biomassa destinada à geração de energia elétrica.
Ao longo dos próximos anos, ademais, parte da biomassa produzida
poderá ser destinada à produção de etanol mediante a consolidação de
um avanço tecnológico: o processo da hidrólise.

O uso mais intenso do etanol como combustível automotivo reduz
a demanda de gasolina,aliviando pressões sobre a demanda e o refino
de petróleo. Em decorrência do crescimento do consumo interno de
energia no setor de transportes — associado principalmente ao aumento
da frota de automóveis bicombustíveis num contexto de crescimento
da renda —,poderá haver redução da disponibilidade de etanol
para exportação em 2030.Contribuiriam ainda para essa redução
eventuais limitações a uma maior expansão da área ocupada com a cultura
da cana,a despeito do aumento na produtividade do setor.Nessas
condições, a cana e seus derivados passariam a ser a segunda fonte de
energia mais importante da matriz energética brasileira em 2030,com
participação de 18,5% (13,8% em 2005), inferior apenas à participação
do petróleo e derivados.

Eletricidade: De acordo com o cenário macroeconômico de
referência, estima-se que em 2030 o consumo de energia elétrica no
Brasil supere o patamar de 1.080 TWh, perfazendo uma expansão
média de 4% ao ano no período considerado. Note-se que essa projeção
inclui uma parcela de eficiência energética referente ao progresso
autônomo, isto é, ao aumento de eficiência decorrente de melhores
práticas no uso e principalmente da progressiva substituição de equipamentos
elétricos por outros mais eficientes nos diferentes segmentos
da economia e da sociedade, incorporando avanços tecnológicos
disponíveis no mercado.Admitindo-se a continuidade de tal tendência,
essa conservação de energia responderia por cerca de 5% da
demanda em 2030.

No entanto,a estratégia de atendimento da demanda deve contemplar
outras iniciativas na área de eficiência energética, que possam
“suprir” mais uma parcela de cerca de 5% dessa demanda. Assim, o
requisito de produção poderia ser reduzido para 1.030 TWh.A frustração
dessa conservação adicional implicaria uma maior expansão da
oferta,quantificada em 6.400 MW.Tendo em vista as eventuais limitações
à expansão hidrelétrica dadas pela classificação socioambiental,
essa oferta adicional seria basicamente constituída por termelétricas
(94%, ou 6.000 MW). Ainda no campo da conservação,
destaca-se do lado da oferta a possibilidade de redução das perdas
totais, cujo índice, atualmente situado em quase 16%, passaria a
menos de 14% em 2030.

Com relação à expansão da oferta, a geração hidrelétrica de grande
porte mereceu uma abordagem específica em virtude do fato de que
aproximadamente 60% do potencial a aproveitar se concentra na
bacia Amazônica, em grande parte ocupada por reservas florestais,
parques nacionais e terras indígenas, de modo que a exploração desse
potencial irá demandar estudos especiais acerca de sua sustentabilidade
ambiental.Assim,consideraram-se algumas restrições objetivas
ao seu desenvolvimento (ainda que de um modo genérico) a fim de
internalizar a questão ambiental.

Foram consideradas a priorização dos aproveitamentos hidrelétricos
conforme o Plano Decenal de Energia Elétrica 2007-16,em elaboração
pela EPE, e a priorização do desenvolvimento, nos próximos 25
anos, do potencial hidrelétrico das bacias hidrográficas indicadas pelo
Ministério das Minas e Energia (MME), com apoio do Ministério do
Meio Ambiente, como objeto de estudos de avaliação ambiental integrada,
bem como daquelas indicadas pelo MME como objeto de estudos
de inventário e de viabilidade.Além disso,foram observados certos parâmetros
referentes à interferência do projeto (usina e seu reservatório) em
terras indígenas e em unidades de conservação de proteção integral e de
uso sustentável.Tomou-se então como princípio geral retardar o aproveitamento
avaliado como de maior complexidade ambiental.Aprioristicamente,
excluiu-se do horizonte do estudo uma parcela de 30% do
potencial hidrelétrico nacional à guisa de impactos ambientais.

Nessas condições, avalia-se que a participação da energia hidráulica
na oferta de eletricidade, da ordem de 90% em 2005, cairia para
pouco mais de 70% em 2030. Já a geração térmica convencional (nuclear,
a gás natural e a carvão mineral) expandiria sua participação de
7% para cerca de 15%. As fontes renováveis (ou não-convencionais)
não-hidráulicas (biomassa da cana, centrais eólicas e resíduos urbanos)
também deverão experimentar crescimento expressivo, passando
a responder por mais de 4% da oferta de eletricidade. Todas as
formas de geração térmica irão se expandir mais de cinco vezes no
período,aumentando o nível de emissões de gases na geração de energia
elétrica. Essa é uma conseqüência natural de eventuais restrições
ao desenvolvimento do potencial hidrelétrico brasileiro,não obstante
a expansão que se possa admitir no parque gerador a partir de outras
fontes renováveis.O Gráfico 9 mostra a estrutura da oferta de eletricidade
em 2005 e sua projeção para 2030.

Do lado da demanda, avalia-se que o setor industrial continuará
sendo o principal segmento do consumo de eletricidade (42% em
2030), mas deve-se destacar o crescimento tanto do setor terciário
(quase 25%) como do setor residencial (em torno de 26%),refletindo
as hipóteses de crescimento do nível de renda e de sua maior distribuição.

Estima-se que o consumo de eletricidade residencial per capita,
cujo índice atual é de apenas 38 kWh/mês/hab.,possa chegar em 2030
a 99 kWh/mês/hab., que ainda é um valor bastante inferior aos parâmetros
internacionais.

Questionar e repensar a utilização das fontes energéticas

     
No atual momento histórico um dos temas mais discutidos pela sociedade moderna é a crise energética mundial.
Questionar e repensar a utilização das fontes energéticas renováveis e não-renováveis da maneira como vem ocorrendo, visando garantir o futuro da humanidade e da Terra, é dever de todo aquele que tem consciência do planeta que habita e da sociedade que deseja.
As conquistas tecnológicas da humanidade nos últimos séculos estiveram intimamente associadas ao desenvolvimento e utilização de diferentes fontes de energia.
O homem, ao longo de sua trajetória histórica no planeta, sempre procurou fontes de energia para suprir as suas necessidades. Descobrir, dominar e utilizar as fontes energéticas não foram tarefas fáceis. Da utilização de fontes clássicas, como o fogo e o vento, até as mais novas como a nuclear, muito se avançou.
A sociedade sofreu profundas alterações, desenvolvendo-se a cada nova conquista energética. Porém, tal escalada trouxe também sérios problemas para o homem moderno: além de colaborar em determinadas situações no aprofundamento das desigualdades sociais , acabou gerando uma degradação ambiental muito forte em todo o planeta, fazendo com que as sociedades atuais começassem a questionar a utilização dessas fontes.

  http://www.coljxxiii.com.br/webquest/oqueeutenhomag.htm

Recursos energéticos disponíveis no Brasil

Cláudio Mendonça*Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação

  A energia movimenta a indústria e os meios de transporte, viabiliza as atividades comerciais e de serviços e alimenta uma parafernália de equipamentos domésticos e pessoais, como os telefones celulares, os relógios à bateria, equipamentos de som, computadores e eletrodomésticos. É transportada por gasodutos, linhas de transmissão, rodovias, ferrovias e navios. No entanto, a energia encontrada na natureza precisa ser transformada nas refinarias de petróleo, nas usinas hidrelétricas, nas termelétricas, nas termonucleares; nas carvoarias que transformam a lenha em carvão vegetal; etc.

Em uma época em que o
aquecimento global e a poluição ambiental são fatos incontestáveis, a necessidade de alteração da matriz energética tornou-se prioritária. Há consenso de que a solução desta questão ambiental e o controle sobre o risco de escassez de energia num futuro não distante estão no desenvolvimento e na maior utilização de fontes não convencionais.

Fontes convencionais ou alternativas são aquelas que ainda são utilizadas em pequena quantidade e que estão em fase de desenvolvimento para a obtenção de maior eficácia, como é o caso da energia solar, da
biomassa, dos ventos, do hidrogênio, entre outras.

A matriz energética mundial

A participação de energia renovável no fornecimento mundial em 2004 era de pouco mais de 10% e as renováveis limpas como a solar, eólica, geotermal eram de apenas 2% do total mundial. Em contrapartida os combustíveis fósseis, como o petróleo, o carvão mineral e o gás natural contribuíram, neste mesmo ano, com 80%. Justamente as fontes responsáveis pela maior parcela da poluição ambiental e do efeito estufa, em particular.

Os combustíveis fósseis são encontrados em bacias sedimentares e formados pela decomposição de matéria orgânica. Esse processo leva milhões de anos e uma vez esgotadas essas formações fósseis não serão repostas na escala da vida humana. É por essa razão que a matriz energética atual não é sustentável. A substituição destas energias sujas por fontes alternativas é vista como meta necessária para tornar o mudo viável no século 21.

Pequeno histórico

Há pouco mais de dois séculos, as principais formas de energia eram aquelas cuja disponibilidade na natureza era de fácil acesso: o vento e a água utilizados para produzir energia mecânica e a queima de madeira para a geração de calor. Com Revolução Industrial, a invenção da máquina à vapor e do tear mecânico para a a produção têxtil, o carvão mineral passou à principal fonte de energia dominante no processo fabril. Foi o carvão, também, que colocou as locomotivas em movimento. A humanidade estava pela primeira vez na história substituindo as formas de energia renováveis por formas de energia mais eficientes, porém não renováveis e poluentes.

Já no final do século 19 a energia hidrelétrica e o petróleo passaram a complementar a energia retirada do carvão. O petróleo em pouco tempo transformou-se na principal forma de energia utilizada no mundo, até os dias atuais. Foi nesta época que ocorreu a invenção dos motores de combustão interna a gasolina e outros derivados de petróleo e a invenção da lâmpada elétrica. O petróleo passou a ser essencial à economia mundial, fator gerador de conflitos entre países e principal agente de poluição atmosférica.

Na segunda metade do século 20, em diversos países do mundo, a energia nuclear para produção de energia elétrica passou a ser utilizada em grande escala, principalmente na Europa e nos Estados Unidos. Hoje se fala muito das possibilidades novas que podem ser criadas pela utilização do hidrogênio, uma energia limpa que pode ser retirada da água, mas muita pesquisa ainda deverá ocorrer até que se torne uma opção comercialmente viável. O hidrogênio teria a capacidade de substituir os derivados de petróleo para os veículos automotivos. Hoje quase todas as indústrias automotivas têm protótipos de veículo movido a hidrogênio.

Perspectiva e vantagem brasileiras

O Brasil não é auto-suficiente em energia, mas produz cerca de 90% do total que consome, importando o restante. O país é um dos poucos do mundo que apresenta possibilidade múltipla de ampliar as suas alternativas energéticas, devido à abundância dos seus recursos naturais e de sua extensão territorial. Em 2004, as fontes renováveis representavam 44% da oferta de energia gerada no país enquanto que no mundo estas fontes não ultrapassavam 14%.

Uma opinião sobre Fontes de Energia e o Aquecimento Global

   A questão do chamado efeito estufa é muito complexa. Os estudos que levaram ao tratado de Kyoto demonstram isso. Desconheço alguém que leia jornais e não concorde com o perigo. Mesmo assim, países que contribuem com uma parcela significativa não assinaram o tratado. E porque não? Porque os estudos indicaram a necessidade de forte diminuição na emissão de gases, não somente o CO2. Para isso é necessário entre outras ações mudar a matriz energética americana que usa muito o carvão, altamente poluente. É certo que foi criado o sistema de compra de créditos de carbono, na qual países e empresas que necessitam diminuir "compram" por assim dizer o direito de emitir essa poluição de empresas que não atingiram níveis alarmantes ou investiram em tecnologias que não emitem ou substituem a emissão de tais poluentes.
Embora isso seja uma boa medida e tornou-se fonte de lucros para empresas em especial no Brasil que já possuía uma preocupação com o assunto (vide programa do álcool, biodiesel, usina de energia com matriz no lixo orgânico, PCH´s, micro-turbinas que usam queda de água naturais e não necessita de reservatório, etc), a verdade é que países altamente poluentes nada fazem porque compram o "direito" dos outros de "poluir". Além disso, enquanto os EUA não aderirem ao tratado, os esforços, até o momento, despendidos não resultarão em impacto no meio-ambiente.
O que fazer? O Brasil preocupa-se com posição no conselho de segurança e tem gastado esforços e dinheiro na abertura de embaixadas em países sem nenhum histórico de peso no comércio com a maioria dos países. Da mesma forma que os EUA colocam entraves para empresas participarem do comercio americano; por exemplo, empresas que negociarem com Cuba não podem atuar nos EUA, por exemplo; o Brasil poderia criar mecanismos de forma a exigir que empresas estrangeiras que atuam no país ou façam negócios no país, devem em seus países de origem colocar em práticas, políticas ambientais e de eficiência energética; caso contrário uma tributação especial seria cobrada no Brasil para compensar os danos. E antes que alguém começa a chiar dizendo que isso espantaria capital estrangeiro, sugiro que tais medidas deveriam ser tratadas através de blocos comerciais que o Brasil faz parte, como o MERCOSUL, BRIC entre outros.
É possível falar em conforto do modo devida moderno como automóveis, viagens de avião, computadores, freezer e TVs de plasma. Entretanto não enxergo tais coisas como privilégio dos mais abastados. Por exemplo, uma das exigências para o cargo de vendedor normalmente é possuir um veiculo; o preço cada vez menor de produtos como computadores e freezer tornaram tais equipamentos comuns até mesmo em residências humildes. Quanto aos aparelhos de tvs de plasma, bem na ultima copa do mundo, foram vendidas as centenas. Estamos, portanto falando da classe média e não da classe abastada.
Entendo até que quanto mais abastada for a pessoa, menor o consumo de energia. Existe laptop que não requer alimentação da bateria na rede elétrica, porque possui células solares. Além disso, quanto mais moderno e tecnológico o aparelho embora maior seja seu preço, menor será seu consumo de energia.
A questão da produção de energia é realmente complexa. O mercado do petróleo é extremamente poderoso. É tão poderoso que, por exemplo, foi a origem motivadora de guerras e os EUA embora vivam as turras com a Venezuela é ao mesmo tempo seu principal mercado. Não é preciso ir tão longe; bastando lembrar o recente entrave do Brasil e Bolívia sobre a questão do gás natural.
O problema das matrizes alternativas é que possuem características às vezes bastante específicas. Por exemplo, sabe-se que a energia nuclear é sem sombra de dúvidas a fonte mais limpa de energia que existe. Entretanto por mais limpa que seja, qualquer um é capaz de imaginar os efeitos de um defeito, de um terremoto, de um ataque nuclear a uma usina dessas. Aos leitores proponho pesquisa sobre Chernobyl.
A matriz através do hidrogênio já está em teste, porem o modelo consome mais energia que produz.
Quanto a matriz eólica é necessário vento constante e para isso é preciso escolher bem a área a ser implantadas as hélices. O custo de geração deste tipo de matriz é ainda bastante cara.
Quanto a matriz solar, caímos no custo dos equipamentos o que torna a individualização ainda proibitiva para a maioria da população e usinas solares quanto ao custo geram o mesmo efeito da eólica.
Quanto a matriz hidro, que é a mais abundante e barata em termos de produção, existem entraves da legislação ambiental, enorme burocracia e até mesmo politização de esquerda e ong´s que chegam a sofrer ataques do coração pela possibilidade de uma espécie de sapo deixar de existir, ou um tipo de bromélia paralisando obras de usinas. Enquanto isso ninguém fala da criação de mercado brasileiro para o gás boliviano que gera enorme impacto no meio ambiente e no efeito estufa.
É possível realmente criar condições e mercado para matrizes alternativas. O Programa PROINFA, por exemplo, dar subsídios para energia de PCH´s e outras alternativas. No mercado, entretanto isso até agora é visto como "para inglês ver", porque as exigências e entraves da lei ambiental e a burocracia levam os heróis que quiserem investir nesse tipo de negócio, numa viagem ao inferno como Dante; tendo que através pelo "fiofó do Satanás" para atingir o paraíso.
Entendo, no entanto que o efeito motivador está no marco regulatório. No governo anterior com um marco considerado avançado caminhando o mercado para ser completamente livre como é o mercado das telecomunicações; ocorreu o racionamento de energia, o chamado "apagão"; por falta de água devido a seca nas fontes dos rios que alimentavam as represas de energia e falta de investimentos no setor. Hoje no governo Lula, o marco regulatório foi mudado, mantendo-se o mercado cativo de distribuidoras e corremos o sério risco de novo racionamento, o chamado "apagão", por falta de gás, desta vez e falta de investimentos no setor, já que o governo não investiu.
Penso que se o mercado de energia fosse livre, com a população escolhendo a empresa geradora ou distribuidora que melhor lhe aprouvesse, as pessoas e empresas, além das próprias empresas de energia fariam tudo para possuir e usufruir tarifas baixas e isso passaria por matrizes energéticas limpas (cabendo aqui o subsidio para matrizes limpas), e aplicação de medidas de eficiência por parte do mercado consumidor que teria desejo de consumir pagando menos. Sei disso, porque eu e minha empresa vivemos disso!
Não podemos esquecer é claro que a produção em massa de equipamento para geração limpa como baterias solares, etc, poluem o ambiente também. E o petróleo tão demonizado enquanto fonte de energia poluidora, e a matéria-prima do plástico, que é a base da sociedade moderna, desde móveis até vejam vocês produtos de beleza, cosméticos e remédios. Logo o petróleo somente perderá importância quando alguém descobrir um substituto para o plástico.
É isso!